quarta-feira, 9 de junho de 2010

Medo que dá medo do medo que dá!

Eu tenho uma relação engraçada com o medo. Apesar de não ver muito perigo em nada e nem perder o equilíbrio facilmente, eu sou uma pessoa medrosa. Em primeiro lugar pq eu não gosto de sentir adrenalina, por exemplo, para maioria das pessoas uma roda gigante causa medo, depois excitação e depois uma sensação de prazer. Para mim, causa só medo. Não gosto de sentir adrenalina, o que deve ser alguma coisa fisiológica, então nada como esportes radicais, parque de diversões ou churrasco na laje me atraem.

Além desse tipo de medo, o medo físico, ainda tem o medo psicológico, de coisas que ficam martelando na sua cabeça e que nem aconteceram, ou nem vão acontecer. E aí que moram meus maiores medos. E eu nem to falando do medo de ficar desempregada ou ser infeliz, é claro que isso também me preocupada, mas meus maiores medos são de coisas que, um dia, mais cedo ou mais tarde, irão acontecer, e eu terei que resolver. Talvez sozinha, talvez com ajuda de alguém, talvez alguém resolva por mim, mas o que importa é que antes de acontecer eu já estou sofrendo.

Minha vó sempre me dizia que Deus só nos dá a cruz que somos capaz de carregar, mas eu tenho medo que ele se confunda e me de uma cruz bem maior, só pq eu faço essa cara de fortona. Taí outro questão, quando eu passo por algum problema eu tenho o costume de agir como se tivesse tudo na boa, tudo sendo resolvido com a minha grande sabedoria, mas é mentira, no fundo to me cagando e louca pra chorar. Mas eu não me desequilibro, lembra?

E esses medos que moram na minha cabeça me perseguem, dia após dia. Mas ai você, grande psicólogo de boteco, vai me falar: não querida, não pensa em coisas ruins não, desencana. E eu te pergunto: e como faz pra desencanar? Muito fácil falar pra desencanar e não pensar em coisas ruins, nos meus medos, mas como é que faz pra não pensar? Ainda não conheço um programa de “aprenda em 3 passos a meditar e não pensar nas coisas que você não pode pensar”.

Apesar de parecer muito fortona, equilibrada e sempre alto astral aprendi que felicidade de mais pode ser um pouco de desespero.

“Tenho medo de gente e de solidão

Tenho medo da vida e medo de morrer
Tenho medo de ficar e medo de escapulir
Medo que dá medo do medo que dá”



Tha!

ps. O título e o trecho fazem parte de uma música do Lenine que ele canta com a Julieta Venegas que se chama “Miedo”.






2 comentários:

Leila disse...

Uma vez tive uma super reflexão com uma amiga. Entre as conclusões pensamos que a coragem nem sempre é uma virtude, sendo o medo, muitas vezes muito positivo. Isso porque o corajoso se expõe e corre riscos, enquanto o que tem medo se preserva. Falamos até de suicidio (ok, total deprê), mas discutimos se quem se mata é corajoso ou covarde. Percebi que minha resposta até então indiscutível de que o suicída é um covarde , ficou bem balançada. Quantas pessoas não julgam o suicída por ter tomado a própria vida, e não levam a própria, mais arrastada como se fosse a própria morte?

Fausto disse...

Ah, ctz que Deus deve ter um depósito de cruz todo separadinho por peso, tamanho, preço... Deve ter umas de plastico e outras de Chumbo, Sem sombra de Dúvida. Mas enfim... Tbem era igual vc, maquiava meus problemas com alegria, fingia que ta tudo otimo, e a pior parte disso tudo, nem eh qdo aumentam seus problemas, mas quando vc perde esse dom de rir na cara do perigo. Experiencia propria.