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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Faça você mesmo!


Recentemente vi duas reclamações sobre o valor cobrado por profissionais liberais.
Tenho total consciência sobre o "momento de crise" que o país está passando e o quanto devemos ter amor e consciência quando o assunto é nosso ryko dinheirinho, mas não sei se concordo com as tais reclamações não.
Um deles estava achando um absurdo o preço que cobraram para pintar uma casa toda por dentro prestes a ser entregue ao dono/imobiliária. Amigão? Tá achando que não vale o preço? Pinta lá! Eu fiz isso com meu próprio quarto na segunda pintura e adivinha o que fiz na terceira pintura? Sim, paguei. A gente aprende a valorizar, né? Mas precisa ter sofrimento? Passar na pele?
A segunda reclamação era sobre cortar o cabelo, a pessoa estava achando caro demais,  "40 reais pra cortar um cabelo? Que absurdo!"
Tuuuudo bem... pede pra sua avó cortar, vamos ver!
Muito provavelmente a hora do seu freela é mais do que 40.
Engraçado que um desses é jornalista, o outro advogado, ou seja profissionais que também podem cobrar por trabalho ou por hora. Não deveria ser mais consciente?
Tenho um sério problema pra pechinchar trabalho dos outros, não consigo.
Achou caro demais, pesquise, procure outros profissionais, mas não reclame do preço de um bom profissional.
Eu sei que você pode estar fazendo sem querer, mas no fundo tá desvalorizando o profissional.
Ficamos combinados?

Ah! Feliz 2016, tamo aqui, não desistimos não!



[C]

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Maria Juanna

É mais um cosplay do Alborghetti, com toalhinha e tudo, gritando claramente sem revolta transbordando palavrões, mas o conteúdo é interessante.
Hablando por mi...Cauê Moura do Canal Desce a Letra!




[C]


Obs: Esse é o nosso post nº 666!
MORRE DIABO!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Toma que o demônio é seu!

É tão mais fácil olhar para os outros do que para nós mesmos, né?
Um dia desses voltei pra casa sem fones de ouvido, o que geralmente é sinônimo de pertubação quando se trata de encarar transporte público.
Perto de mim se sentaram duas meninas/mulheres que começaram a falar de relacionamentos.

Farei um parênteses:
Quando a coisa tá boa raramente a gente comenta né?
O namoro tá ótimo, o casamento vai muito bem, a vida tá maravilhosa, é difícil se ver comentando, dividindo, compartilhando a satisfação e a felicidade, a coisa fica alí fechada e guardada pros dois, mas quando vem a merda.... o ser humano espalha até pra estranhos, e saem buscando onde se apoiar.
Natureza egoísta e curiosa.
Voltando às meninas, elas começaram a reclamar dos seus relacionamentos, pelo que eu ouvi a coisa era bem sem futuro mesmo, sem chance de dar certo. Satisfação zero, dedicação pior ainda, cobranças mil e falta total de afinidade. Mas, se tem sentimento mesmo, é sem chance por quê?
Porque percebi que a todo momento elas só falavam mal dos ausentes.
Ficaram um tempão falando mal dos caras e do que eles deixavam a desejar. 
Me fez pensar se elas deveriam ser tão perfeitas, porque em nenhum momento apontaram causas ou reconheceram falhas próprias, aí mano, é sem chance mesmo.
Algumas atitudes são sim justificáveis.
Problemas de carência, aceitação ou de auto-estima frágil podem destruir qualquer relação, inclusive de amizade, mas NÃO SE DESESPERE, NÃO É O FIM muita coisa pode mudar. 
Dica: atacar não é a solução, abrace o esquema Budista / sem rancor (de verdade) não apenas nas aparências e mude. Eu sou a favor da conversa, sempre, e acredito que ás vezes atitudes radicais de comportamento ajudam.
 Não acomodar, mas mudar a si para mudar ao outro. 

Têm pessoas que são submissas, dependentes e isso nem sempre é muito claro, nem pra/o parceira/o nem para a própria pessoa, e quando isso começa a aparecer, vêm os problemas.

Fugir de sí e dos seus próprios demônios não resolve nada na vida, acho que a gente tá aqui justamente pra crescer, sair do pote, evoluir. Quer motivo maior pra isso do que justamente o sentimento pelas pessoas próximas, pelos seus amigos e principalmente por você mesmo? Não aceito que pessoas são descartáveis, até o momento que queiram ser parte apenas de um passado, aí fica difícil fazer algo.

Li uma vez por aí que gente meia-boca atrai gente meia-boca. Atrai e aceita, que é o pior problema. Porque pode até atrair, mas se sair correndo da encrenca tá valendo!
Sem rodeios: se não enfrenta os seus demônios, não fortalece o seu Céu, e vai continuar no inferno.
Assim mesmo, sem mais.

[C]

terça-feira, 13 de março de 2012

Pra você e pra mim...








Pode falar que eu não ligo,
Agora, amigo,
Eu tô em outra,
Eu tô ficando velha,
Eu tô ficando louca.


Pode avisar qu'eu não vou,
Oh oh oh...
Eu tô na estrada,
Eu nunca sei da hora,
Eu nunca sei de nada.


Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.


Pode falar qu'eu nem ligo,
Agora eu sigo
O meu nariz,
Respiro fundo e canto
Mesmo que um tanto rouca.


Pode falar, não importa
O que eu tenho de torta,
Eu tenho de feliz,
Eu vou cambaleando
De perna bamba e solta.


Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.


Nem vem tirar
Meu riso frouxo com algum conselho
Que hoje eu passei batom vermelho,
Eu tenho tido a alegria como dom
Em cada canto eu vejo o lado bom.


[C]

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

'eu nasci assim..."

Ontem vi mais uma entrevista com o Laerte. Nos últimos meses com certeza quase todos nós vimos no mínimo uma entrevista com ele. Ele, já mais velho e um dos cartunistas mais respeitados do país se tornou crossdresser e se veste de mulher. Mais isso não tem nada a ver com a gente, só o fato de que ele tem sido muito questionado de o pq dessa mudança, e ele falou uma coisa que compartilho muito, mais ou menos assim, o pior do que as pessoas não quererem mudar é elas acharem que os outros também não podem mudar.

Entra aquele lance de Síndrome da Gabriela, sabe qual é? "eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim..." é muito mais fácil "aceitar" um defeito, um comportamento do que mudar. E a mudança dos outros incomoda né, pq é um tapa na cara da sociedade um homem começar a se vestir de mulher, do dia pra noite. Mas é claro que não foi do dia pra noite, dentro dele existiu um processo e é óbvio que uma mudança.

Pra mim as pessoas que rotulam muito e classificam tudo e todos, tem esse probleminha ai, não sabem lidar com suas próprias mudanças e não aceitam a evolução do outro.

Sabe, tenho um exemplo bem besta, mas há um tempo atrás eu usava o cabelo bem comprido e cortei. Um dia encontrei uma pessoa que falou: Nossa, como seu cabelo ta curto, achei que vc não gostasse de cabelos curtos, sempre usou comprido. Oi? Primeiro, o cabelo é meu, segundo, talvez eu não gostasse mesmo de cabelos curtos, não nos outros, que sempre achei lindo, mas talvez gostasse dos meus compridos. Mas dai um dia cortei. E achei bonito curto. Mudei o cabelo. E tive que dar satisfação sobre isso. Como se eu tivesse obrigação de ser a "Thais do cabelo comprido" pro resto da vida, como se eu não pudesse mudar nunca, só pq talvez um dia eu tenha dito que gostava de meus cabelos compridos.

Quando vc fala alguma coisa, que define seu comportamento, seus gostos, parece que vc tem que manter aquilo pro resto da vida. E eu sou exatamente contraditória a isso. Quero mudar sempre, descobrir nossos gostos, novos jeitos, novas visões, novas pessoas. Acredito que pra evoluir temos que passar por mudanças, aprender. E se um dia eu falei que odeio fulano e na semana seguinte sentei no bar com ele e achei ele super divertido, que que tem? tenho obrigação de odiar ele pra sempre pq um dia não fui com a cara dele? Ah gente, que besteira.

Acho de uma coragem do caralho o Laerte se vestir de mulher, se comportar como uma e usar o feminino pra falar dele próprio: to cansada. Muita coragem de aceitar a mudança dentro dele. Claro que isso gera curiosidade, mas desrespeito pra mim, é coisa de gente invejosa que não aceita as próprias mudanças.

Cuidado, pq se um dia vc escolher a camiseta azul, talvez nunca mais possa gostar da vermelha.


[t]

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Para aprender, entender e refletir sobre o Bom Senso

Bom senso é um conceito usado na argumentação que é estritamente ligado às noções de sabedoria e de razoabilidade, e que define a capacidade média que uma pessoa possui, ou deveria possuir, de adequar regras e costumes a determinadas realidades, e assim poder fazer bons julgamentos e escolhas. Pode, assim, ser definido como a forma de "filosofar" espontânea do homem comum, também chamada de "filosofia de vida", que supõe certa capacidade de organização e independência de quem analisa a experiência de vida cotidiana.

O bom senso é por vezes confundido com a ideia de senso comum, sendo no entanto muitas vezes o seu oposto. Ao passo que o senso comum pode refletir muitas vezes uma opinião por vezes errônea e preconceituosa sobre determinado objeto, o bom senso é ligado à ideia de sensatez, sendo uma capacidade intuitiva de distinguir a melhor conduta em situações específicas que, muitas vezes, são difíceis de serem analisadas mais longamente. Para Aristóteles, o bom senso é "elemento central da conduta ética uma capacidade virtuosa de achar o meio termo e distinguir a ação correta, o que é em termos mais simples, nada mais que bom senso."

[C]

Fonte: Wikipedia

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Parabéns Av. Paulista!

Com 16 anos passei de madrugada na Av. Paulista, eu de carro e ela sozinha, vazia  - por incrível que pareça.
Achei linda, especial, iluminada, forte, jovem. 

Grandes prédios, grandes empresas, museus, espaços culturais, bancos, rádios e televisão.

Um conjunto de significados que me atrairam e muito por aquela jovem senhora.

Quase que de forma involuntária fiz um trato comigo mesmo, não apenas naquela noite, mas naquele momento em que mal conseguia piscar: vou estudar e trabalhar aqui.

O resto da história muitos de vocês já sabem.

:)

Parabéns Avenida Paulista!

foto: do meu celular - verão de 2009/2010.


[C]

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Alguém Especial


“Ficar com muita gente é fácil”, diz um amigo meu, com pouco mais de 25 anos. “Difícil é achar alguém especial”.

Faz algum tempo que tivemos essa conversa. Ele tentava me explicar por que, em meio a tantas garotas bonitas, a tantas baladas e viagens, ele não se decidia a namorar.

Ele não disse que estava sobrando mulher. Não disse que seria um desperdício escolher apenas uma. Não falou em aproveitar a juventude ou o momento e nem alegou que teria dificuldade em escolher. Disse apenas que é difícil achar alguém especial.

Na hora, parado com ele na porta do elevador, aquilo me pareceu apenas uma desculpa para quem, afinal, está curtindo a abundância. Foi depois que eu vim a pensar que existe mesmo gente especial, e que é difícil topar com uma delas.

Claro, o mundo está cheio de gente bonita. Também há pessoas disponíveis para quase tudo, de sexo a asa delta. Para encontrar gente animada, basta ir ao bar, descobrir a balada, chegar na festa quando estiver bombando. Se você não for muito feio ou muito chato, vai se dar bem. Se você for jovem e bonita, vai ter possibilidade de escolher. Pode-se viver assim por muito tempo, experimentando, trocando de gente sem muita dor e quase sem culpa, descobrindo prazeres e sensações que, no passado, estariam proibidos, especialmente às mulheres.

Mas talvez isso tudo não seja suficiente.

Talvez seja preciso, para sentir-se realmente vivo, um tipo de sensação que não se obtém apenas trocando de parceiro ou de parceira toda semana. Talvez seja preciso, depois de algum tempo na farra, ficar apaixonado. Na verdade, ficar apaixonado pode ser aquilo que nós procuramos o tempo inteiro – mas isso, diria o meu jovem amigo, exige alguém especial.

Desde que ele usou essa fatídica expressão, eu fiquei pensando, mesmo contra a minha vontade, sobre o que seria alguém especial, e ainda não encontrei uma resposta satisfatória. Provavelmente porque ela não existe.

Você certamente já passou pela sensação engraçada de ouvir um amigo explicando, incansavelmente, por que aquela garota por quem ele está apaixonado é a mulher mais linda e mais encantadora do mundo – sem que você perceba, nela, nada de especial. OK, a garota é bonitinha. OK, o sotaque dela é charmoso. Mas, quem ouvisse ele falando, acharia que está namorando a irmã gêmea da Mila Kunis. Para ele ela é única e quase sobrenatural, e isso basta.

Disso se deduz, eu acho, que a pessoa especial é aquela que nos faz sentir especial.

Tenho uma amiga que anda apaixonada por um sujeito que eu, com a melhor boa vontade, só consigo achar um coxinha. Mas o tal rapaz, que parece que nasceu no cartório, faz com que ela se sinta a mulher mais sensual e mais arrebatada do planeta. É uma química aparentemente inexplicável entre um furacão e um copo de água mineral sem gás, mas que parece funcionar maravilhosamente. Ela, linda e selvagem como um puma da montanha, escolheu o cara que toma banho engravatado, entre tantos outros que se ofereciam, por que ele a faz sentir-se de um modo que ninguém mais faz. E isso basta.

É preciso admitir que há gente que parece especial para todo mundo. Não estou falando de atores e atrizes ou qualquer dessas celebridades que colonizam as nossas fantasias sexuais como cupins. Falo de gente normal extremamente sedutora. Isso existe, entre homens e entre mulheres. São aquelas pessoas com quem todo mundo quer ficar. Aquelas por quem um número desproporcional de seres humanos é apaixonado. Essas pessoas existem, estão em toda parte, circulam entre nós provocando suspiros e viradas de pescoço, mas não acho que sejam a resposta aos desejos de cada um de nós. Claro, todo mundo quer uma chance de ficar com uma pessoa dessas. Mas, quando acontece, não é exatamente aquilo que se imaginava. Você pode descobrir que a pessoa que todo mundo acha especial não é especial para você.

Da minha parte, tendo pensado um pouco, acho que a pessoa especial é aquele que enche a minha vida. Ela é a resposta às minhas ansiedades. Ela me dá aquilo que eu nem sei que eu preciso – às vezes é paz, outras vezes confusão. Eu tenho certeza que ela é linda por que não consigo deixar de olhá-la. Tenho certeza que é a pessoa mais sensual do mundo, uma vez que eu não consigo tirar as mãos dela. Certamente é brilhante, já que ela fala e eu babo. E, claro, a mulher mais engraçada do mundo, pois me faz rir o tempo inteiro. Tem também um senso de humor inteligentíssimo, visto que adora as minhas piadas. Com ela eu viajo, durmo, como, transo e até brigo bem. Ela extrai o melhor e o pior de mim, faz com que eu me sinta inteiro.

Deve ser isso que o meu amigo tinha em mente quando se referia a alguém especial. Se for isso vale a pena. As pessoas que passam na nossa vida são importantes, mas, de vez em quando, alguém tem de cavar um buraco bem fundo e ficar. Essas são especiais e não são fáceis de achar.

Esse texto eu recebi da Paula e foi escrito por Ivan Martins, diretor-executivo da Época. Ele escreve às quartas-feiras aqui!

[C]

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Buenos Días: Hablando Más

O Buenos Dias de hoje é especial de aniversário do blog, isso mesmo, hoje o Hablando Más completa 4 anos.


Muita coisa mudou aqui no blog e com a gente, mas ainda continua sendo o melhor lugar que achamos para compartilhar com vocês nosso dia a dia e nossas ideias. Agora temos Facebook, Twitter e quando você joga Hablando Más no Google o primeiro site que aparece adivinha qual é? isso mesmo, nosso humilde e amado blog, rs. E tudo isso pra vocês, queridos leitores, que na sua grande maioria são nossos amigos antigos, ou que viraram nossos amigos por aqui!


Feliz aniversário pra gente e pro nosso filho!



E pra deixar a comemoração mais divertida selecionamos 4 textos do passado, para vocês lerem, relerem e se divertirem com a gente. Se tiverem sugestões de textos que vocês gostariam de reler e compartilhar por aqui, mandem, a gente adora!


2007: A Turma do Amigo Secreto - Cidão
2008: Enquadro - Tha
2009: Segredo - Tha
2010: Un Gran Lío - Cidão  


Muito obrigado pela companhia de vocês, leituras, comentários e elogios, momentos muitos especiais estão aqui e vocês fazem parte deles!
E que venham muito mais!


Tha e Cidão!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Nonnas!

Ontem foi dia dos avós e me lembrei muito das minhas avós. Sou filha temporã e quando nasci meus dois avôs, João e Pedro, já haviam falecido. Sei muita história deles, principalmente do meu avô João que era conhecido por ser “o melhor homem do mundo” todo mundo que o conheceu diz que ele era muito amoroso, muito bom e incapaz de sentir ódio, mágoa ou algum sentimento desse tipo.  Uma pena não ter convivido com ele, talvez eu fosse mais tolerante.

Mas quero mesmo é falar de minhas avós, que convivi bastante, Antonia e Helena. Elas eram muito diferentes uma da outra, muito. Minha avó por parte de pai era aquela avó típica, cozinhava maravilhas, conto pra todo mundo do pudim de leite dela, contava história, gordinha de óculos, sabe? Aquela avó fofa? Era ela. Mentia pros nossos pais quando eu e meus primos aprontávamos:

- Mãe, quem quebrou o vaso? A Thais, a Renata ou o Paulinho?
-Que vaso?
- Esse aqui da senhora?
- Ah, nem vi. Deve ter sido o gato!
E dava uma piscadinha pra gente.

Quando tinha jogo do Palmeiras o encontro era na casa dela. Se fosse domingo e o jogo era no Palestra ela colocava a camiseta em todos os netos, prendia o cabelo das meninas, colocava boné nos meninos e benzia todo mundo. Ah, e outra coisa que ela era ótima era pra fazer curativo, a gente se machucava e ela vinha com uma caixinha de primeiros socorros e enquanto fazia o curativo contava alguma história que o machucado parava de doer na hora. A única coisa que ela não deixava a gente desobedecer era na hora de almoçar. Todo mundo sentado na mesa, ela servia todos, filhos, noras e netos e se servia por último, mas ninguém podia sair da mesa enquanto ela não acabasse de comer. Ela era do signo que mais pode representar uma avó, canceriana legítima. Essa era minha vó Antonia, um doce italiano.
essa é minha Vó Antonia e esse japonês minúsculo no colo dela sou eu.

E tinha minha avó Helena, que teve a sorte de ser casada com o “melhor homem do mundo”. Ela falava isso sempre, pra todo mundo:
- Meu João foi o melhor homem do mundo, melhor marido, melhor pai, melhor filho, e não to falando isso porque casei com ele não, todo mundo sabe, pode perguntar pra quem você quiser.
Minha avó Helena, diferente da minha avó Antonia, não cozinhava bem, pelo contrário, a comida dela era horrível. Ela fazia uma canja aguada, um omelete oleoso, uma arroz queimado, juro, ela queimava o arroz. Quando eu e meus primos ficávamos sobre a responsabilidade dela o almoço era batida de abacate, suco de groselha e panetonne de sobremesa.

Mas ela era muito engraçada, muito. Leonina, de personalidade forte, não gostava que ninguém mandasse nela, contava as mesmas histórias várias vezes, adorava cachorros e tinha uma particularidade engraçada, todo dia tomava 1 litro de leite e uma latinha de cerveja. Todos os dias. Hoje eu acho que ela devia ter tomado 4 latinhas de cerveja e um copo de leite que ia ficar mais engraçada ainda. A minha avó Helena era muito carinhosa, mas de um jeito diferente, não era de fazer carinho, o carinho dela era ensinar a dançar, cantar, contar piada e dar um beijo bem devagarzinho enquanto a gente tava dormindo. Mas ela era bem brava, ainda mais se alguém mexesse com um filho ou neto dela, ah, ai sim, virava uma leoa. Falava palavrão descontrolada, palavrão era vírgula pra ela. Falava uns em italiano pra gente não entender mas de tanto ouvir aprendi que coisa boa não era, cazzo! E não, ela não falava, ela gritava. Mas rezava também, rezava pra todo mundo. Era só você ir uma única vez na casa dela pra entrar pro grupo de pessoas pra quem ela rezava. E ela rezava e contava, como se tivesse fazendo um favor em rezar pra você, encontrava alguém na rua e falava:

- Oi Maria, como ta sua mãe? Fala pra ela que tenho rezado pra ela viu, tchau, vai com Deus.

E você acha que ela ficava pra escutar a resposta da Maria de como a mãe dela tava? Ficava nada, pra que também, ela já tava rezando pra velha né? Tava bom! Minha avó e Deus era parceiros.

E ria, ah como minha avó Helena ria. É o que eu sinto mais falta nela.
Essa é a Vó Helena em Mongaguá, onde passávamos as férias de verão.

Se um dia eu for para os meus netos que ainda vou ter, metade do que elas foram pra mim, meus netos vão ter a melhor avó do mundo. Vó To, Vó Lena amo muito vocês, meus anjos da guarda, saudade!

Tha!