quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

[t] não está dispinível

Dia desses eu estava almoçando no shopping e na mesa ao lado haviam três pessoas. Cada uma no seu celular e ninguém falava com ninguém. Tenho pensado muito, e há muito tempo, nesse tipo de comportamento.

Antes de mais nada, que fique claro, que eu não tenho nada, absolutamente nada, contra a internet, muito pelo contrario. Adoro. Acho que facilitou a vida num grau, que nem me lembro mais como era a vida antes da internet. Nem saberia mais viver.

Mas, desde que a internet se instalou nos celulares, tenho me incomodado muito com o abuso desse uso descontrolado. É um saco quando vc ta contando uma história triste e seu amigo começa a rir e vc percebe que ele esta rindo de algo que viu no face dele. É muita, muita, falta de respeito. Mas ninguém se incomoda mais, então foda-se.

Se eu disser que nunca, em uma mesa de bar, peguei meu celular e twittei alguma coisa, vi meu face, mentira, fiz, e fiz várias vezes. Procuro não fazer isso no meio de uma história, e twittar, geralmente, algo que tem a ver com o  papo que eu estou levando, dai vou lá, escrevo, e já desencano, não fico lendo TUDO que TODOS meus amigos (ou nem tanto) postaram. 

Fico muito incomodada com isso, justamente pq gosto da pessoa, quero conversar, falar, trocar e não ficar falando com alguém que está mais preocupado com uma pessoa que não esta lá, ao vivo, do lado dele, mas ta mandando mensagens e piadinhas no face. Minha gente, pq? Não quer vir no bar me ver, beleza, fica no seu computador, na sua casa, eu na minha, cada um compra uma cervejinha, a gente faz um brinde virtual e pronto. Agora não me faça sair da minha casa, sentar num buteco sujo do seu lado e vc ficar mudo olhando seu celular.

E sabe, as pessoas acabam aproveitando pouco do que estão vivendo, pq estão mais preocupadas com a foto no instagram do que com a paisagem.

É claro que não vou perder amigos por isso, nem entrar em grandes discussões, mas assim, se eu estiver de TPM, talvez vc escute um: desliga essa merda ai, que to falando.

Queria levar isso com mais bom humor, pq sei que passarei muitas vezes ainda por isso, serei trocada por uma foto no instagram, por um video no youtube, por uma piadinha no face....mas sinceramente, ainda fico triste e chateada. Acredito que cada vez as pessoas convivem menos ao vivo, se abraçam menos e isso pra mim é uma pena. Uma pena, pq eu gosto muito mais do som da risada do que de uma curtida no face.







[t]

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Gente escrota

Gente escrota. Mais cedo ou mais tarde você irá conhecer uma. Mas, conviver você não precisa. Você deve saber identifica-las, para se manter longe. Leia a bula com atenção. Esse tipo de gente estraga a sociedade, e contamina massas. Mantenha fora do alcance das crianças e evite contato com os olhos. Em caso de irritação, procure socorro o mais rápido possível.

Os principais casos de gente escrota são:

- Gente que maltrata animais e crianças:
Esse tipo de gente não se importa com o exemplo de uma boa convivência e agride indefesos, e o pior, pode ser contagioso. Uma vez maltratada, uma criança pode criar um trauma e manifestar na fase adulta.

- Gente que corta fila:
Esse tipo costuma agir em bancos, aeroportos, ônibus, cinema, metro, transito (sim, eles podem fazer ultrapassagens perigosas) e em todos lugares onde deve ser mantida uma ordem de chegada. Esse tipo acha que é mais esperto do que os outros, por isso acha que pode passar na frente, deixando os outros que nem babacas parados na fila, esfregando sua esperteza na cara da sociedade, mas não se engane, pessoas que cortam fila atraem muita energia negativa e isso pode causar irritação.

- Gente que se intromete na vida alheia:
É o tipo de gente escrota mais comum, esta por todos os lados. Geralmente eles não conhecem as pessoas, mas mesmo assim dão palpite, julgam e falam da vida de alguém, com tanta autoridade que você pode até se confundir e nem perceber a intromissão. Eles costumas olhar de rabo de olho, julgando o próximo. Cuidado, eles geralmente agem com voz doce e baixa, assim fica mais difícil de identificar.

E por fim, mas não menos perigoso:

- Gente que maltrata prestadores de serviço:
Esse tipo é da mesma família de gente que corta fila. Se acha mais esperto. Acha que é melhor que o garçom, porteiro, etc. Muitos especialistas acreditam que é um reflexo da baixa estima. Mas, como não somos obrigados a conviver, evite.

Existem muitos outros tipos de gente escrota, mas esses são os mais perigosos e populares. Se você tiver dúvidas, recomendamos que procure rápido uma orientação, e não se engane, um deles pode estar olhando para você nesse momento.

Siga as recomendações e boa sorte.



[t]






segunda-feira, 10 de setembro de 2012

ainda pulsa...

No começo desse ano trintei, balzaquiei.

Algumas pessoas me perguntaram o que tinha mudado e sinceramente, não achava nada. Além de mudanças psicológicas que vieram numa crescente, em um amadurecimento. Claro que sou muito mais legal hoje do que com 20 anos, mas isso desde os 20 é trabalhado.

E assim, fisicamente, continuo no eterno engorda e emagrece da minha vida, desde os 12, ainda não tenho rugas (na verdade tenho uma no olho, mas acho que é um pé de galinha já velho e tal), não tenho cabelos brancos, minha pele tá boa, enfim, tudo normal.

Dai que ontem cheguei a conclusão que sim, uma coisa mudou como que de um dia pra outro. Minha saúde. Eu NUNCA ficava doente, só esse ano fui pro hospital umas 3 vezes. Médicos e consultas, mais umas 4.

Nunca tive tanta coisa.

Inflamação, irritação, infecção. 
Minha rinite nunca esteve tão ruim. 
Rinite, sinusite, bronquite, tendinite, celulite.
Tive bronco pneumonia, falta de ar, dor de estomago, alergia, dor de cabeça, cólica, pressão baixa.

Fui abrir uma janela e tirei meu tendão do lugar.

Medo de depressão. Pânico de pânico.

Insônia.

Mas gente, que porra que tá acontecendo?

Agora até gosto de conversas de doenças. Coisa que quando eu era pequena achava um absurdo minha mãe e meu tio conversarem horas sobre um reumatismo da minha vó, uma hepatite da vizinha, uma inflamação no dente de sei lá quem. Mas, hoje, confesso, converso sobre doenças. Sei nomes. Conto das minhas dores e escuto pacientemente as reclamações alheias.

Claro que uma pessoa com 40 é muito mais propensa a ter um infarto ou um câncer do que uma de 30, mas sabiam que as de 30 estão muito mais expostas a doenças de pele, alergias e irritações do que qualquer idade? É o stress da geração, minha gente.

Fui procurar um vídeo bom daquela música dos Titãs "O pulso" pra ilustrar meu textinho. Daí, vendo uma coisa e outra, sabe quantos anos o Arnaldo Antunes, compositor da música, tinha quando ela foi lançada? 29. Sabe gente, deve existir uma explicação. 

E sim, to com medo de virar hipocondríaca.



[t]




segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Complexo de vira-lata

Texto de uma escritora holandesa falando sobre o Brasil.

"Os brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil, realmente parece que é um vício falar mal do Brasil. Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos. Aqui na Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não há nada automatizado. 

Só existe uma companhia telefônica e pasmem: Se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado. Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo – ou de lavar as mãos antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne. Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas enroladas em folhas de jornal – e tem fila na porta. Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe. Fumam até em elevador. Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir pra lá dar aulas de ‘Como conquistar o Cliente’. 

Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos. Vocês têm uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa. Os brasileiros são vitimas de vários crimes contra a pátria, crenças, cultura, língua, etc. 

Os brasileiros mais esclarecidos sabem que temos muitas razões para resgatar suas raízes culturais.


Os dados são da Antropos Consulting: 
1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial. 
2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma. 
3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária. 
4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo. 
5. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina. 
6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma. 
7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 97,3% estão estudando. 
8. O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês. 
9. Telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas.. 
10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO-9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México, são apenas 300 empresas e 265 na Argentina. 
11. O Brasil é o segundo maior mercado de jatos e helicópteros executivos. 
Por que vocês têm esse vício de só falar mal do Brasil? 
1. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano? 
2. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta? 
3. Que suas AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE ganham os melhores e maiores prêmios mundiais? :) 
4. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários? 
5. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do mundo? 
6. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados? 
7. Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem? Por que não se orgulham de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando. 
É! O Brasil é um país abençoado de fato. Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos. Bendito este povo, que sabe entender todos os sotaques. Bendito este povo, que oferece todos os tipos de climas para contentar toda gente. Bendita seja, querida pátria chamada BRASIL!

Se me encontrar, vamos conversar sobre isso?

[C]

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

5 AÑOS!


5 são os bens da felicidade: a riqueza, a longevidade, a paz , a virtude e a saúde;

5 qualidades do homem perfeito: Bondade, Justiça, Amor, Sabedoria e Verdade;

5 são os sentidos do corpo: visão, audição, tato, olfato e paladar;

5 funções da vida vegetativa: respiração, digestão, circulação, excreção e reprodução;

5 formas de amor: Paixão, amor carnal, amor conjugal, amor materno/fraterno ( maternal/ filial ) e Amor Divino;

Pentagrama, a estrela de cinco pontas;

Na antiga China o número cinco (wu) era um número sagrado representado graficamente por uma flor de cinco pétalas;

A acupuntura tem 5 elementos: madeira, fogo, terra, metal e água;

Temos 5 dedinhos ou dedões em cada mão que digita;

O HablandoMás comemora 5 anos!!!

Obrigado aos nossos 5 leitores, no mínimo!

Queremos pelo menos 5 comentários neste post, AJUDEM!
hahahaha

Besos!

[C] & [t]

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Ódio Gratuito

Pra quem ainda não viu,
Kefera falando um pouco sobre ódio gratuito!
Ignorem as "piadinhas" que vale a pena conferir:
 :)





[C]

sexta-feira, 13 de julho de 2012

A Aventureira - do Metrô Vila Madalena à República



Amanda.
Amanda não era uma típica passageira. Amanda nunca andava de ônibus nem metrô. Sua mãe a levava para todos os lugares de carro e para o colégio ia de carona com a vizinha, que levava o insuportável Rafael. Amanda nunca tinha andado de ônibus, só daqueles de viagem em excursão da escola. E de metrô, apesar de morar perto, tinha andado somente uma vez, com seu padrinho Bruno, mas foi coisa rápida, da sua casa no Metrô Vila Madalena a dele no metro Clínicas. Nunca nem tinha feito baldeação.


Rafael vivia zuando Amanda, falando que ela era patricinha. Mas ela não se sentia assim e entendia a preocupação de seus pais, além de ser filha única Amanda tinha somente 15 anos, os pais dela a achavam muito nova pra andar sozinha, fora que os dois tinham carro, podiam leva-la para todos os lugares.


Uma sexta-feira de férias, dia lindo mas frio, Amanda acordou entediada. Férias de julho são chatas, sem viagens e nada para fazer. Entrou na internet e decidiu ter um dia de aventura. Ia, pela primeira vez andar sozinha pela rua, e de metrô.


Tomou um banho rápido, colocou uma calça jeans e uma blusa de frio preta, não queria parecer muito arrumada, com medo de ser roubada. Colocou seu all star, pegou seu fone de ouvido e já começou a pensar em uma mentirinha pra contar pra Flor, a moça que trabalhava na sua casa:


- E ai Flor, beleza?
- Beleza Amandinha, tá com fome?
- Não, não, já tomei aquela vitamina que você me levou.
- E você vai sair?
- Ah, acho que vou na casa do Rafael, jogar videogame.
- É vai lá sim, aproveito pra dar uma arrumada no seu quarto, se sua mãe ligar aviso que você tá lá.
- Beleza. Viu Flor, quanto custa uma passagem de metrô?
- Que nem de ônibus, R$3,00. Cada uma né, pra ir e voltar gasto R$6,00. Por isso tava falando pra sua mãe que é melhor ela me pagar separado o vale transporte que to gastando muito. Mas porque?
- Nada não, curiosidade. Tchau.
- Tchau Amandinha.


Amanda pensou em avisar Rafael que ia dar uma saidinha, que se alguém perguntasse por ela, pra ele "passar um pano", mas o Rafael era tão babaca que ou ia querer ir junto ou ia zuar ela pra sempre.


E lá foi Amanda, a pé até a estação Vila Madalena. Seu objetivo era ir até a estação Republica, Amanda queria visitar a Galeria do Rock, pela primeira vez, e sozinha.


Tinha o mapa na sua cabeça, teria que descer no Paraíso, daí fazia a tal da baldeação e ia da linha azul até a Sé e de lá sentido Barra Funda e pronto, descia na Republica, parecia fácil.


Ficou um pouco confusa, não sabia onde comprava o bilhete, onde colocava aquele negócio, pra que lado tinha que ir, mas fez cara de entendida, e foi meio que seguindo o fluxo. Percebeu que uma moça anunciava o nome da estação, e achou aquilo ótimo, assim podia disfarçar e tirar os olhos da plaquinha na parede do trem. Tudo tranquilo até o metrô Paraíso, lá foi um pouco mais confuso, pq tinha se esquecido de olhar na internet se devia ir sentindo Jabaquara ou Tucuruvi. Como tava mais cheio lá e Amanda ficou um pouco nervosa, não conseguiu ver o mapa enorme bem do seu lado, e resolveu perguntar pra alguém. Perdeu uns dois trens até achar alguém que lhe parecia confiável. Uma moça de mochila e óculos escuros.


- Oi, dá licença.
- Oi
- Viu, por acaso a senhora sabe como faço pra ir pra Sé?
- Que senhora menina, tenho quase sua idade. Então, é aqui mesmo nessa plataforma, sentido Tucuruvi. Ó, tá chegando.
- Ai, brigada.
- Magina


Nesse trem ela não tirou o olho do mapinha. Achou que podia decorar, e foi acompanhando cada estação que a moça falava no microfone do metrô. Estação Sé.


- Ai, é aqui.


E lá foi Amanda, decidida, era só achar o trem sentido Barra Funda e pronto, tava quase chegando. Amanda sempre ouviu falar que a estação Sé era uma loucura, mas até que achou organizada, apesar de ser bem mais cheia que as outras. Ficou um pouco encanada pq achou que um cara tava seguindo ela e se escondeu atras de um pilar, depois ficou com vergonha de ter se escondido. A moça desse trem não falava, que coisa estranha, mas deve ser horário de almoço dela, pensou. Ainda bem que ela tinha decorado, eram só três estações.


Na saída do metrô Amanda já sabia o que fazer, pra que lado ir e o quanto andar. Internet é tudo nessa vida.


Amanda achou fácil a galeria do rock. Parou na frente e seus olhos encheram de lágrimas. Finalmente ela iria conhecer a galeria, que sua mãe nunca quis te levar, e foi parar lá de metrô e sozinha. Seus pensamentos foram interrompidos pelo seu celular que gritava na bolsa:


- Alo?!
- Oi Amanda
- Que vc quer Rafael?
- A Flor interfonou aqui, falou que vc tinha dito que ia jogar videogame, falei que vc tava no banheiro, cê ta fazendo merda Amanda? Onde cê tá? E se ela ligar de novo?
(silencio)
- Heim Amanda? Onde cê tá? Amanda?
- Hoje é dia de Rock, bebê!




[t]

domingo, 1 de julho de 2012

Salvem os animais humanos!


O título do texto é sem vírgula mesmo.

Eu não tenho nada contra os defensores dos animais na internet e na vida real. Pelo contrário, acho bem compreensivo salvar seres sem maldade, que te dão carinho e amor sem esperar nada em troca.
Admiro todos os amigos que amam animais, até porque tive o meu, que já partiu, mas dei a ele todo amor que pude, além das zueiras que ele adora!

Fica claro então que não sou contra. Mas acho que alguns exageram, não no ato, mas no discurso, a coisa chega a ser chata e a passar dos limites, a foto de um animal estrupiado vai repercutir muito pouco em gestos, porque quem não tá nem aí pros animais vai pouco se importar, só mexe mesmo com quem realmente não seria capaz de fazer mal algum.

Mas isso também não é o que eu queria dizer. Neste fim de semana aconteceu um incidente ou acidente, a equipe de um cantor de pagode(?), Thiaguinho, esteve envolvida em maus tratos a uma cadelinha de rua, a história foi mal contada, parece que lançaram uma bomba na cadela e machucou bastante. Ou lançaram e a cadela se jogou na bomba, enfim. ¬¬

Aí ele com uma boa equipe, ao meu ver, deu um show de RP e assessoria de imagem, logo se posicionaram nas redes sociais, Twitter, e depois lançaram uma nota oficial no Facebook e no site sobre o ocorrido, apurando, confirmando e tomando providências, a demissão do cara foi uma delas.

Tá, tudo isso pra dizer que logo invadiu a minha timeline um babaca racista, se aproveitando de toda a história pra espalhar seu ódio sendo que o tal Thiaguinho nem estava lá. 

Procuro há anos desencanar, porque sempre vão existir umas coisas assim, umas opiniões tortas, umas atitudes incompreensíveis. É de fato uma pena que pessoas ainda usem pretextos sem fundamentos pra colocarem pra fora um ódio também sem fundamento. Me dá uma certa tristeza porque esse tipo de gente é que nem "consumidor de traveco", ninguém conhece ou vive de fato com um, mas ele sempre existe. Sempre vai aparecer a primeira professora dizendo ser um bom aluno, uma mãe dizendo que era um filho carinhoso e até puxar um bisavô negro na história.....mas essas pessoas existem, e tomam esse tipo de atitude por aí.

Lamento, apenas.

[C]

sábado, 23 de junho de 2012

A entendida do Metrô Santana - Itaim Bibi



A entendida de Santana

Juliana. Juliana era solteira, quase trinta anos, nunca teve um namoro que durasse tempo suficiente para apresentar pra família. Mas sabia de relacionamentos. Conhecia muitas histórias, que as amigas contavam. Sabia o que tinha que fazer para conquistar um bonitão, o que fazer em caso de traição, calcular a hora certa de dar um gelo naquele ficante. Mudou de emprego há uma semana, e agora está começando a conhecer novas histórias. 

E a cada novo papo ela tirava a prova de uma teoria sua.
Um dia, na volta do trabalho, ouviu a história de Carmen:
- A gente se conheceu em um aniversário de uma antiga amiga minha lá em Pinheiros. Ela era metida, quis comemorar em um bar chique de lá. Eu me concentrando na caipirinha pra conta não sair muito cara e esbarrei no moço sem querer. Todo educado, atencioso...
- Mas ele era rico? – a dúvida de Juliana era por que raios esse não virou marido.

- Ah, ele tinha dinheiro sim... Tinha um relógio de diamante, daqueles bem bonitos, brilhantes, sabe? Andava com motorista, um carrão preto, me levava em uns restaurantes chiques, pagava vinho e tudo.
- Nossa! Então ele era rico mesmo. E por que vocês não casaram?
- Ah, ele sumiu, né? Disse que o problema não era comigo, era com ele, que ele era complicado demais pra mim. Aquela coisa de sempre.

Juliana não entendia como alguém perde uma oportunidade dessas. Perguntou indignada:
- E por que é que você não engravidou dele?
Carmen se assustou um pouco com a pergunta, mas resolveu concordar com a nova colega, pra não parecer muito conservadora:
- Ah, sei lá... Eu era muito boba ainda naquela época.
Juliana acha um absurdo. E insiste:
- Mas quando você conheceu ele você já não tinha a sua filha mais velha?
- Tinha...

- Então! Um filho a mais, um a menos, que diferença fazia?
Coitada da Carmen ficou quieta. Não tinha mesmo argumentos para explicar o que deu errado com o moço rico. Mas Juliana ainda tinha a história de Larissa, a terceira colega, que entrou na conversa neste momento.
- É, eu não tive uma sorte dessas... O único cara rico que consegui ter alguma coisa era casado.
Um exemplo desses Juliana nunca tinha ouvido, mas entendia de traição. Decidiu ouvir em detalhes essa história, pra ver se sua teoria se confirmava mais uma vez.

- Sério? Como assim? Me conta isso direito.
- Ah, saímos algumas vezes, conheci na balada. Mas percebi que tinha alguma coisa estranha. Ele sempre pagava minha conta, me levava em uns lugares super chiques também, eu tava quase ficando apaixonada... Mas às vezes ele me atendia falando baixinho, sempre viajava no final de semana a trabalho, queria me ver só no meio da semana, comecei a desconfiar.
- Mas como você teve certeza que ele era casado?
- A mulher dele me ligou.

Juliana riu. Mais uma teoria sobre relacionamentos confirmada. E num misto de prazer e satisfação falou de boca cheia:
- Affe! Aposto que ele esqueceu de apagar alguma mensagem sua no celular, né? Como esses homens são burros! Por isso é que eu falo! Especialistas em traição mesmo são as mulheres... Homens não sabem trair direito.

Apertou o botão do sinal, despediu das amigas com um astral visualmente inabalável, pediu liceça para passar e desceu com um sorrisinho no rosto e um amargo imenso de inveja no coração solitário que não lhe servia nem para lhe trazer histórias próprias de decepção.


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Você entende de moda?


Eliana Santana, a segurança da sala de imprensa do SPFW decidiu falar o que pensa sobre moda:


Tô contigo, Eliana!
:)

[C]


terça-feira, 12 de junho de 2012

Feliz Dia dos Namorados!

Feliz dia do "vai la com a sua amiga"

Feliz dia do "Aham, tudo bem" (desgraçado)

Feliz dia do "ou ela ou eu" 

Feliz dia do "É só uma Pelada com o pessoal do trabalho"

Feliz dia do "sua mensagem está sendo encaminhada para caixa de mensagens e estará sujeita à cobrança após o sinal"
 
Feliz dia do "quem é essa biscate no seu facebook?"
 
Feliz dia do "vou descobrir a senha e me passar por ele"
 
Feliz dia do "estou me sentindo sufocado, preciso de um tempo pra cuidar de mim"
 
Feliz dia do "Não é você, o problema sou eu"
 
Feliz dia do "eu estava fazendo hora extra até agora, amor"
 
Feliz dia do "VOCÊ É UMA PESSOA MARAVILHOSA, INTELIGENTE, BONITA, MAS... VOCÊ MERECE 
UMA PESSOA MELHOR QUE EU!"
 
Feliz dia do "É CLARO QUE EU TE AMO, MAS AMOR VAMOS PARA UM LUGAR MAIS CALMO PARA FICARMOS MAIS A VONTADE!"
 
Feliz dia do "HÃ..NÃO TÔ TE ESCUTANDO.FJDFGSDJSDFxxxxxxx.TÔ ENTRANDO EM UM TUNEL..DJHFJ.QUÊ?..tô...me...fica....oi? hÃ? tututututu..!"


Fonte: @faustooficial e amigos na timeline do Facebook!

[C]

segunda-feira, 11 de junho de 2012

A Namoradeira do Jd Nardini - Itaim Bibi







Lucimara. Lucimara era, sem dúvida, a garota mais bonita do Jd. Nardini. E sabia disso. Usava e abusava do seu charme. Todos os dias pegava o ônibus e ia até a Faria Lima, trabalhar em um pet shop. Era recepcionista lá. Descolou esse emprego com um cara que conheceu uma vez, que era adestrador de cães. Achou babaca pra caramba essa parada de adestrar cães, mas agora que trabalha no pet, conhece tudo de cães, e de adestradores.

Lucimara tem três namorados.

É claro que um não sabe do outro. Mas são três. O cobrador do ônibus da manhã, Gaúcho. Gaúcho, na verdade não era Gaúcho. Era de Timbé do Sul, em Santa Catarina, veio de lá bem pequeno mas ainda conserva um "tu" na hora de falar. O que deixa Lucimara louca. Tem o Elias, que é um rapaz sério, porteiro de um prédio ali da Pedroso. Eles voltam juntos todos os dias. Vão num chamego só, do Itaim até quase no ponto final. Mas é que Elias desce antes e Lucimara nunca deixa ele acompanha-la até em casa. Diz que seu pai é bravo e Elias não gosta de briga. E tem Jair, o adestrador. Todo sábado Jair vai até o pet e busca Lucimara pra almoçar. Jair tem esse nome por causa de um jogador de futebol de sei lá quando. E tem jeito de jogador de futebol, sabe? Jair é malandro, mas enche Lucimara de presentes e beijos. É o que ela mais gosta. Mas acha que Jair também tem outras namoradas.

Uma vez um cara, que pegava ônibus com Lucimara de manhã e sabia que ela namorava o Gaúcho, viu Lucimara no ônibus a noite com o Elias. Não falou nada, mas todos os dias de manhã o coração de Lucimara batia forte quando esse cara entrava e cumprimentava o Gaúcho.

Teve um vez que ele passou do ponto que costumava descer e desceu no mesmo que Lucimara. Ela achou estranho, mas nem olhou pra ele. Quando tava quase entrando no pet sentiu alguém segurar no seu braço. Era o cara do ônibus:

- E ai bonitinha, beleza?
- É Lucimara, e da licença, tenho que trabalhar.
- Viu, Lucimara, vi outro dia vc metendo um chifre no Gaúcho.
- Não é assim, não é chifre. Eu gosto do Gaucho. É que conheço o Elias faz tempo e...
- Bonitinha, na boa, nem me interessa. Mas tem uma condição, pra eu não contar pro Gaúcho você vai ter que namorar comigo também.

E foi assim que Lucimara arrumou seu quarto namorado. Anderson.

No dia dos namorados todos eles resolveram fazer uma surpresa e apareceram no Pet, as 19h na saída de Lucimara. Parecia que tinham combinado. Quando Lucimara começou a fechar o pet, olhou pra calçada e viu os 4 lá fora. Pensou: não dá pra sair daqui né? como vou fazer? Foi falar com a chefe, mas não teve coragem de contar pra ela que os 4 babacas lá fora, com buque em mãos, eram seus namorados.

Fingiu um desmaio. A chefe ficou desesperada, tentou acordar Lucimara de tudo quanto foi jeito e vendo que mais nada podia fazer, chamou o SAMU. quando a ambulância chegou e entrou no pet, Jair, que conhecia todo mundo do pet, entrou correndo atras dos paramédicos, foi quando viu sua amada caida no chão e gritou:
- LUCIMARA
Parece que foi o sinal pros outros 3 correrem pra dentro do pet.

A paramédica falou:

- Olha, essa menina tá estranha. A pressão dela ta normal, os batimentos normais, mas ela não acorda desse desmaio. Vou ter que levar ela pro hospital. Quem vai acompanha-la?

Foi um coro:
- Eu!
Os quatro namorados.

A dona do pet disse:
- Vou eu! Olha Jair, eu vou na ambulancia. A funcionária é minha, vai que essa menina pegou uma virose, sei lá. Se você quiser pega meu carro e vão vcs quatro la pro hospital. Mas sem briga que vão deixar a menina nervosa.

Nunca, ninguém vai saber o que eles conversaram dentro daquele carro. Só se sabe que naquele dia, quando Lucimara acordou do desmaio, ganhou quatro buques de flores e um coro de feliz dia dos namorados.

[t]



sábado, 2 de junho de 2012

A Barraqueira do Jd. Jacira - Pinheiros


Episódio de hoje: A Barraqueira do Jd. Jacira - Pinheiros

Cirlene. Cirlene era uma mulher do pavio curto, bem curto. Sua mãe sempre falava: como pode ser assim tão nova? Desse jeito você não dura muito não minha filha, amansa!

Ela era o tipo de Maria Zang, mulé braba, gíria da Zona Sul. 
Ao alto dos seus 36 anos, Cirlene só tinha um ponto fraco, seu namorado Ronaldo. Ele acalmava Cirlene falando baixo, era quase magia negra. Só não conseguiu convencê-la de casar. Cirlene dizia que não ia ficar passando, cozinhando e cuidando de casa não. Ela era cabeleireira e fazia uma unha como ninguém, estragar suas mãos com produtos de limpeza seria o fim.
Cirlene trabalhava num salão em Pinheiros, alí perto do Largo da Batata e não tinha paciência nenhuma com o transporte público até lá. Logo de manhã ela achava um absurdo mãe com criança grande pedir lugar pra sentar, idoso pegando ônibus em horário de pico.

- Agora era só o que me faltava, levantar pra bonita sentar quesse muleque grande, não não!

Como Cirlene pegava o ônibus no mesmo horário as pessoas em maioria já se conheciam, sabiam que ela era geniosa e que não precisava de muito pra armar um barraco.

Certa vez um desavisado sentou ao lado dela, o fone de ouvido do rapaz parecia estar ao contrário, ouvia-se tudo que o jovem, que aparentemente ia a uma entrevista de emprego, estava ouvindo. Uma mistura de cornetas e vozes de moleques com uma batida repetitiva, era o funk, Cirlene gostava é de forró.

Ela olhou uma, e sem esperar a terceira virou pro pobre magrelo desengonçado de social e no segundo olhar disse:
- Seu sonho é ser DJ meu filho? Acho lindo que esteja de fone, mas assim, não resolveu. Você vai abaixar essa merda porque eu tô com dor de cabeça!

Grossa, ela fazia um olhar de louca que alí, dentro de um ônibus apertado convencia qualquer em não bater de frente nem contrariar.
Os passageiros arregalavam os olhos, permaneciam calados. Ela nem olhava procurando aprovação ou apoio, o papo era reto e curto. Voltou a abraçar a bolsa caramelo que ganhou de Ronaldo, escorregou no banco e repousou os olhos marcados de delineador.

Se sua mãe não te deu educação, Cirlene dava! Um pensamento fixo que a relaxava. O ônibus era pura paz.

Um dia ela ficou até mais tarde no salão, fez o cabelo de duas parentes da dona que iam a um casamento, fez o trabalho perfeitamente, mas o tempo todo com a boca torta, apertando bem os lábios pra não deixar escapar nenhuma grosseria.

Acabou, sem muitas palavras pegou suas coisas batendo portas de armários, fazendo barulho com a chave, nervosa procurava o bilhete único. Detestava gente que deixava pra procurar o bilhete na bolsa em frente à catraca. 

Disse: "até amanhã" pra dona, bem seco, sem olhar. Colocou a bolsinha na transversal e foi pro ponto, putadavida! Balançava a cabeça com reprovação, se sentia mal, explorada. No ponto de ônibus não olhava pra ninguém, existia ela e a rua que esperava vir o danado do ônibus, contava as vezes que o farol abria e fechava. Veio um, como ela se distraiu com o farol deixou pra dar sinal em cima, ele não parou.

Cirlene ficou revoltada! Xingou todas as gerações do motorista. Brigou com os pedestres: " ninguém viu ele chegando? Justo hoje que tô aperriada! Servem pra nada mesmo!" Mas ela não chorava, Cirlene só chorou no enterro do pai e naquela novela que tinham depoimentos no final.

Logo atrás veio outro, certamente o primeiro motorista passou reto pois sabia disso.
Cirlene já entrou no ônibus gritando, aquele cachorro passou reto, que palhaçada é essa? O motorista encolhia o pescoço esperando um espaço de silêncio pra dizer alguma coisa, nem sabia o quê ainda.

Ela foi o caminho todo reclamando, fisgava qualquer olhar pra começar o diálogo, na verdade, o monólogo.
O sangue fervia, era sangue da Paraíba, daqueles bem quentes. Ela desceu, faltava algo.... celular, bolsa, sacolinha.... tudo alí. Na verdade Cirlene sentiu que estava sobrando coisa, era o desaforo. Voltou ao ponto e pegou outro ônibus até o ponto final. Os olhos apertavam de raiva, o delineador já estava fraco e levemente borrado.

Chegou lá louca procurando qualquer motorista gordinho e careca, foi o que ela conseguiu enxergar do ônibus em movimento que nem se esforçou em frear para ela.
Achou, foi fácil, ele estava escorado numa cabine tomando café com um croquete na outra mão.
- Escutaqui seu verme, eu vou ter que te ensinar a fazer o seu serviço agora?
- Desculpa senhora, não tô lhe entendendo.
- Vai entender, se você deixou de parar em apenas um ponto vai entender, eu sou a palhaça que estava lá, cansada, em pé e que queria voltar logo pra casa!

O homem sentiu o perigo, ela claramente estava desapegada de qualquer medo, pronta pra cair na briga.
Veio o cobrador, baixinho, magrinho com um sorrisinho permanente no rosto.

- Calma senhora! Como se aquilo fosse nada. Pra Cirlene era.

Ela só virou e olhou, o pobre rapaz quase se mijou de susto imaginando: "só pode tá possuída" .

Veio o Fiscal, ela disparou:
- Era com o senhor mesmo que eu queria falar, vocês colocaram esse cretino na rua e ele não faz o serviço dele direito, eu tô aqui porque não sou otária, vocês precisam é de uma ordem nessa linha!

~ ~Se sua mãe num deu educação, Cirlene dava! ~ ~

Rolou mais um bate boca com o fiscal, os colegas afastaram o motorista realmente temendo que algo pudesse acontecer, a mulher parecia doida e doida assim na periferia dava até medo, essa confiaça só podia ser de mulher de bandido, traficante.... Ronaldo trabalhava numa assistência técnica de máquinas de lavar roupa.

Os boatos correram, chegou num primo de Ronaldo que tinha uma sinuca alí perto e logo ligou pra avisá-lo. Ele que estava há 20 minutos dalí foi buscá-la. A matraca não parava, o dedo na cara, falando alto, insultando pessoas, parentes dos envolvidos. 

Ronaldo chegou como um foguete, desceu do carro e gritou: "CI!"
Foi quase um transe, a fisionomia dela mudou, ele chegou, a abraçou. Ela começou a chorar.
Falava baixinho que se sentiu desrespeitada, e só fez o que seu pai teria feito por ela.

Ronaldo abriu a porta do passageiro, levou Cirlene pra casa, no caminho ligou pra cancelar a última visita técnica que faria.
Ela voltou quietinha, olhos mansos olhando muros pichados, esperando chegar em casa pra ter sua primeira briga com Ronaldo. Ronaldo pensava em como ia terminar o namoro.

[C]





sábado, 26 de maio de 2012

A Mentirosa do Butantã - USP




Episódio de hoje: A mentirosa do Butantã - USP




Jussara. Jussara falava para todo mundo que era secretária do Reitor da USP. Mas na verdade, era só recepcionista do prédio onde a sala dele ficava, que por sorte, as vezes ele aparecia.


Jussara falava baixo, como toda boa secretária deve ser, mas as vezes se esquecia e ria alto. Tinha um cabelo acajú e olhos brilhantes, com duas camadas de rímel. O Reitor, até hoje, não aprendera seu nome e a chamava de Dona Júlia. Mas Jussara falava para todos que era uma forma carinhosa que ele encontrara e que só ele a chamava assim.


Jussara, um dia, falou para o cobrador do ônibus que, ela, como secretária do Reitor da USP, não podia pagar ônibus, onde já se viu? A secretária? Do Reitor? O cobrador falou que ninguém tinha passado nada a respeito pra ele, e que ele devia cobra-la. Então, Jussara, indignada, falou que no dia seguinte levaria uma carta, assinada pelo Reitor, e mostraria para aquele cobradorzinho mequetrefe que duvidava dela. E todo dia era assim. Ele cobrava, ela falava que era secretária do Reitor, ele falava que não sabia nada a respeito, ela falava da carta, ele falava que tinha que cobrar, ela bufava, ele cobrava e ela pagava. Todos os dias.


Um dia Jussara sentou do lado de um homem. Meio feio, mas bem cheiroso. Deu um sorrisinho pra ele e ele falou:
- Viu, é papo esse lance da carta né?
- Que carta?
- Todo dia você fala pro cobrador que vai trazer a carta assinada pelo Reitor, mas nunca traz. É papo né?
- Não, não é papo. É que o Senhor Reitor é muito ocupado. Não quero enche-lo com uma besteira dessas.
- Ué, mas se você é secretária dele, escreve a carta e coloca no meio das coisas dele que ele assina.


E foi assim que Jussara fez. Redigiu a carta e colocou no meio da papelada da verdadeira secretária, rezou um pai nosso inteiro e dois de trás pra frente que dá sorte. O Reitor entrou por uma porta e Jussara saiu por outra, morrendo de medo. Passaram-se uns 10 dias e nada. Ninguém falou nada a respeito da carta. Pensou: aquela songa da Anita deve ter visto e nem passou pra ele.


 Uma bela tarde de primavera, toca o telefone:
- Reitoria da USP, boa tarde.
- Boa tarde Jussara, é a Anita, secretária do Reitor.
- Oi Anita, tá boa?
- To. Viu, ele quer falar com você.
- Quem? O imbecil do seu primo Vanderley? Fala pra ele que a fila andou meu bem, to em outra. Conheci um gato no ônibus, nem te contei né? Contei? O homem mais cheiroso do mundo Anita.
- Que Vanderley o que Jussara, to falando do Reitor, o Reitor quer falar com você.


E lá foi a Jussara, tremendo mais que vara verde, passou um batom, e foi:


- Boa tarde Seu Reitor, o senhor queria falar comigo?
- Boa tarde Dona Julia, olha, vi uma cartinha aqui, de uma funcionária lá da recepção, pedindo que eu assinasse um papel pra ela não pagar o ônibus. A senhora pode me fazer um favor? Fala pra essa tal de Jussara que ela, assim como todo cidadão tem direitos e deveres e deve pagar o ônibus, como todo mundo. Obrigada Dona Júlia, pode sair.
- Sim Seu Reitor, pode deixar que eu falo sim. Até logo.


E daí no dia seguinte:


- E ai Jussara, não trouxe a carta?
- Olha aqui, cobradorzinho mequetrefe, eu falei com o Senhor Reitor e ele me disse que não preciso passar por essa humilhação de você não acreditar em mim. Então ele aumentou meu salário. Toma aqui o dinheiro, fica com o troco.




[t] 

sexta-feira, 25 de maio de 2012

As Passageiras



Batalhadoras, belas rústicas, divertidas, grosseiras e sensíveis. Elas são isso tudo e muito mais!



Na série “As Passageiras”, você vai conhecer o charme e o jeitinho de mulheres únicas, representadas, da Zona Morte à Zona Peste de São Paulo. A cada post uma delas entra em cena para contar uma história diferente, sempre com um tom de humor ou drama, ou os dois.

Baseado na série “As Brasileiras”, que apresentou mulheres exuberantes, As Passageiras promete divertir e emocionar com histórias de mulheres de diferentes tipos físicos, de todas as idades, com temperamentos diversos, mas com algo em comum, o Bilhete Único.

E no primeiro episódio: A Mentirosa do Butantã-USP

Acompanhem!

[C] & [t]