Acho que descobri, fez todo sentido...
Essa semana após alguns acontecimentos entendi que o segredo é disfarçar... em grande estilo, porque a vida é um videoclipe, ou um filme, você pode escolher, tipo louco. Tipo um cara hoje na porta da facudade, com jaqueta de couro, cabelo todo pra trás cheio de gel e pose, cafonamente poser fumando um cigarro.
O melhor é disfarçar, a maioria do tempo, mas é preciso ser bom, é preciso enganar a você mesmo, entrar no filme. O intuito é não parecer fraco, nem louco, nem aparecer demais pra não ser alvo de críticas, aí nessa onda de fingir você pode fingir cegueira e surdez para quem te pede socorro, ou fingir que salvou a pessoa, dizendo que pode contar com você, mesmo que você esqueça sempre seu celular desligado, tenha uma vida muito ocupada, e falta de dinheiro no banco, mas ela pode contar com você, mesmo que você ache absurdo se a pessoa te ligar desesperada no meio da madrugada e você saia contando os problemas dela para os outros.
Descobri que passamos a vida cegos pra poder vivermos anestesiadamente felizes. Porque enxergar tudo de verdade dói pracaralho e enlouquece, e louco acaba sozinho. Vão querer te prender numa sala escura e vazia, afinal ninguém quer ter um conhecido maluco que lembra você o tempo todo da angústia que é a realidade. Alguém mais ao assistir "Pequena Miss Sunshine" sentiu vontade de protestar igual ao irmão que decidiu fazer greve de silêncio?
As vezes tenho vontade d efazer greve de silêncio, principalmente quando sei que não serei compreendido, as pessoas perdem tempo e ao invés de te ouvirem ficam pensando o porque você está falando, ouça, apenas abra o coração e ouça, sem julgamentos.
Será que o melhor é viver cego, mentindo, fingindo, teatralizando o personagem que sempre sorri, que sempre controla, que sempre tem as idéias, que realiza. E que é sensível chora quando vê a tristeza das pessoas na televisão quando tem enchente com o mesmo cinismo que chora quando é a tristeza de alguém em um filme....choramos o mesmo tanto, a tristeza é a mesma, ou nem há tristeza, há nojo quando passamos perto de um monte de muleques sem futuro condenados à morte por um vício maldito, e choramos porque o navio naufragou e o Jack não vai casar com a Rose.
E assim a missão será cumprida você será mais uma cara produzida na foto de mais uma festa produzida, um sorriso feliz nessa palhaçada de teatro que é a vida. Isso é uma forma de aceitar a vida porque é o que a gente acaba fazendo para não se matar ou não matar todos os imbecis que quando escutam você reclamar te respondem sem maiores profundidades: relaaaaxa.
Eu decidi que não vou fumar, não vou cheirar, não vou beber, eu não vou engolir, não vou desistir de querer entender que merda é essa que as pessoas chamam de amizade, relacionamento, convivência sincera, de achar um sentido para eu não ser parte desse way of life, onde tudo é descartável, oportuno, passageiro, onde um dia alguém serve outro dia num serve mais. As pessoas tem medo de viver de verdade de se relacionar com sinceridade, de ir além das palavras, mostrar em atitudes.
Eu não vou relaaaaaaaaxar. Eu quero ser verdadeiro, ser real e quero ter pessoas assim comigo, com respeito e verdade pra valer.
O que me cala e me transforma em alguém educado, tranquilo e falsamente normal é saber que ser um louco selvagem que fala o que pensa, sem muitos amigos e nada sedutor e atraente, só é legal se você tiver alguém pra contar o quanto você é foda no final do dia, não porque quer te calar, mas porque te entende, e estará sempre lá assim como você estaria.
Ela tem o Alexandre...
.Cidão.
3 comentários:
o foda é que cansa. buscar a verdade cansa. querer não se cegar é tão exaustivo e pode até parecer coisa de pirralho preguiçoso dizer isso, mas querer responder todas as questões o tempo todo traz uma exaustão mental e um mal-estar tão grande quando as portas batem na nossa cara... é muito difícil pro ser humano digerir o fato de que ele não consegue, não pode, não tem capacidade de saber tudo, principalmente quando são outras pessoas nos negando esse direito. e é por isso que, quando as pessoas dizem "relaaaaxa" e a gente quer matá-las de 100 maneiras diferentes, elas na verdade podem ter um fundo de razão e uma compreensão maior do que a gente pensa.
Talvez ao nos dizerem "calma" e passarem a mão em nosso braço elas por dentro estejam suspirando, respirando fundo e tentando se dizer a mesmíssima coisa. Sem sucesso, afinal "casa de ferreiro..." Enfim, foda como a gente é tão igual sendo tão diferente, né?
por isso tudo que as vezes me sinto meia maluca, meia doida, meio querendo descer, para tudo! as pessoas complicam e me deixam em duvida, sera que o melhor é ficar quieta então, e fingir que num to vendo nada? não, não sou assim, mas acho que as vezes ia ser menos dolorido se fosse...
texto ótimo!
bj
acho que vc lê a minha mente! juro! incrível como fiquei super decepcionada com algo que aconteceu na empresa hj e aí parei pra pensar... pensei muito, o dia todo. Me achando boba por não distinguir quando as pessoas são ou não são verdadeiras comigo, e como eu tenho que lidar com isso sem me ferir ou prejudicar. Cheguei a conclusão que é como no filme "Crash, no limite da razão". Mas continuo não concordando, pq se perdoar alguém que te magoou fosse fácil, ahhhh, seria tudo mais fácil.
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